No momento em que a Operação Lava Jato atingiu o círculo de
empreiteiros mais próximo de si, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva começou a disparar críticas públicas contra o PT e o governo da
presidente Dilma Rousseff. Depois de dizer a um grupo de religiosos
fundadores do partido que o governo Dilma e ele mesmo estão no nível do
"volume morto", Lula teve um momento de rara sinceridade nesta
segunda-feira e admitiu durante uma conferência em São Paulo que ao PT
agora só interessam cargos, dinheiro e eleição - e que não se fala mais
em sonhos no partido. "O PT perdeu um pouco a utopia. A gente só pensa
em cargo, em emprego, em ser eleito, ninguém hoje trabalha mais de graça
[pelo partido]", disse Lula. "Temos de definir se queremos salvar a
nossa pele e os nossos cargos ou salvar o nosso projeto?".
As últimas fases da Lava Jato jogaram pressão sobre o grupo político
de Lula com as prisões de Marcelo Odebrecht, da Odebrecht, e Otávio
Azevedo, da Andrade Gutierrez, além das revelações de sua atuação
internacional em prol das empreiteiras, inclusive com detalhes como o
apelido "Brahma", como era intimamente chamado por Léo Pinheiro, da OAS.
O avanço das investigações coincide com a pior avaliação de Dilma, que
atingiu 65% de ruim e péssimo e apenas 10% de ótimo ou bom, conforme
pesquisa do Instituto Datafolha.
Fonte: http://veja.abril.com.br
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