domingo, 23 de agosto de 2015

Congresso dissolve ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff

     Fragilizada politicamente e administrando uma economia em frangalhos, unindo inflação, juros e desemprego e alta e contração acelerada do Produto Interno Bruto (PIB), a presidente Dilma Rousseff vê o Congresso Nacional destruindo o tênue ajuste fiscal desenhado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Projetos aprovados recentemente por deputados e senadores já aumentaram em quase R$ 85 bilhões o prejuízo nos cofres da União. Na ponta do lápis, isso seria quase R$ 20 bilhões a mais do que a meta original de superávit primário estipulada pelo governo — R$ 66 bilhões. Seria, porque, diante do atual quadro negativo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) já propôs a Levy diminuir essa projeção para R$ 22,1 bilhões.
     "A impressão é de que aqui, no Congresso Nacional, as eleições não acabaram”, reclamou o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS). Há duas semanas, o plenário do Senado impôs uma derrota acachapante ao Planalto ao aprovar o reajuste de 59,9% aos servidores do Judiciário, o que provoca um rombo de R$ 25,7 bilhões aos cofres públicos ao longo dos próximos quatro anos. O resultado de 62 a 0 foi influenciado, em grande parte, pelo buzinaço feito por um grupo de servidores fora do Congresso e pela pressão feita por outro no ouvido dos senadores. “Com uma barulheira dessas e um governo com 9% de aprovação de popular, fica difícil convencer os aliados a votarem contra os servidores”, reclamou um articulador palaciano.

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